18 de mai. de 2010

"Our Home" em Cannes

Mesmo ainda inacabado, o filme Nosso Lar está sendo "apresentado" ao mercado no Festival de Cannes, levado pelas mãos da produtora Iafa Britz. Reuniões e reuniões com sales agents e empresas de distribuição internacionais sucedem-se, das pequenas às "muito grandes", a respeito do projeto do filme que fala sobre a vida após a morte.

O trailer, os vídeos promocionais, as informações em geral suscitam muita curiosidade e posteriores conversas sobre "o que pode ser feito" com o filme e, interessante, muitas perguntas "sobre a vida no mundo espiritual" são feitas por todos, respondendo mesmo a dúvidas pessoais. Como afirma Iafa, "o tema sempre interessa muito. É uma história comprovadamente poderosa e universal. Mas o mercado tem suas próprias leis e temos que lidar com elas". Nenhum acordo foi fechado, mas as esperanças e o trabalho continuam.

Muito bom ver também uma das maiores presenças de brasileiros na competição do Festival e no Mercado, que são vitrines para o mundo. Bom ver o cinema produzido no Brasil reconhecido e em crescimento, apesar de toda retração dos mercados em tempos de crise. Foi-se o tempo em que a língua falada na tela era uma "barreira". Talvez ainda seja uma "questão", mas não um impedimento. Ter o livro traduzido para todas as principais línguas do mundo (exceto o hindi, por enquanto) é um grande argumento.

Mas nada fala mais alto do que a emoção e o interesse gerados pela história. A imprensa internacional já cita o filme em muitos de seus periódicos como uma promessa para o segundo semestre. Algumas sessões estão marcadas para junho/julho, quando a película já estiver finalizada. Enquanto isso, no dia 3 de setembro, o Brasil poderá se emocionar com a história de André Luiz. Para os demais países, Nosso Lar segue seu caminho "com vontade própria", como brinca o diretor Wagner de Assis.

Obs: Vale lembrar que os direitos de distribuição do filme para a América Latina já pertencem à Fox Filmes do Brasil.

11 de mai. de 2010

MISTÉRIOS e MAGIA EM NOSSO LAR

Muita gente nos pergunta sobre quais foram as “coisas mágicas”, os “fatos paranormais” que aconteceram durante as filmagens de Nosso Lar. Certamente, partindo da idéia de que o filme fala sobre o mundo do espíritos, esperam relatos das presenças dos mesmos durante todo o processo.

O que nos interessa aqui não é sublinhar ou listar a presença dos espíritos acompanhando nosso trabalho, com todo o respeito e agradecimento por isso. O que mais chama a atenção, todavia, é algo que surgiu lentamente, fortificou-se e realmente virou um grande “mistério” e evoluiu como a “magia” do filme. Algo que nasceu desde os primeiros dias de trabalho, quando as equipes começaram a ser formadas. E que serviu como lição – proporcionando, até hoje, os mais variados aprendizados. Algo que simboliza, de certa forma, a idéia do filme sobre a vida espiritual.

Na equipe de Nosso Lar, tínhamos profissionais cujas crenças navegavam em todos os mares. Espíritas, sim. Mas também judeus, católicos, evangélicos, umbandistas, hinduístas, budistas, xamanistas, etc Gente cuja religião “é Deus”. Gente que forma sua crença a partir de pedaços de todas as crenças. Que descobre sua fé no dia a dia. Ou ainda, tinha espaço para ateus, marxistas, agnósticos e os “nunca-pensei-sobre-isso”.

Holística, ecumênica, sincrética. A produção foi chamada de todas as formas. Seja como ficção, seja como receita de vida, a história de Nosso Lar provocava diariamente discussões acerca do mundo espiritual. Muitas perguntas ficaram sem respostas. Muitas respostas transformaram muitos. O tema vida-morte não é simples. Alma não tem religião. E o espírito é a última fronteira da humanidade. Sim, por isso entendemos que muitos continuam afirmando que “esse é um filme diferente”.

Durante a produção do filme Nosso Lar, a grande magia que nasceu foi a busca pela harmonia entre diferenças. A busca pelo respeito total ao semelhante. O entendimento do homem como ser único – frágil, forte, errando e acertando. Todos no caminho, reto ou torto, de uma vida melhor. Ninguém passou impune.

Eis o grande “mistério” de Nosso Lar. A magia que jamais esqueceremos.

3 de mai. de 2010

Efeitos Perfeitos

Quando a idéia do filme Nosso Lar nasceu, nasceu junto a necessidade de buscar uma nova forma de encarar a realização de efeitos visuais no Brasil. Como acreditamos sempre que a história está sempre acima de todos e determina o que é necessário, precisávamos descobrir como produzir um filme que se mostrava um "desafio em todos os sentidos". Da forma de pensar, realizar a de concluir.

É com muito prazer que dizemos que Nosso Lar é uma produção totalmente brasileira. Não importa que tivemos que recorrer a uma empresa canadense. Foi, em todos os momentos, uma jornada típica das que fazem parte de nosso cotidiano. Em determinado momento, cerca de 90 artistas debruçaram-se sobre computadores - matte painting, composição, modelagem em 3 dimensões, extensão de cenário, camadas de realidades, animação de animais, pessoas, enfim, tantas formas de "inventar no computador" foram usadas que ousamos arriscar que praticamente todas as técnicas existentes estão presentes ao longo da história.

Esse tempo se mostrou tão intenso quanto as filmagens. Períodos de 12 a 14 horas dentro do estúdio, pensando sempre a serviço da dramaturgia. Sublinhar, essa foi sempre a idéia do efeito visual em Nosso Lar. Jamais ser mais importante. Ao mesmo tempo, era preciso dar credibilidade à história. Criar a sensação de "outra dimensão". Acreditar em cada prédio, árvore, pássaro, fluido e paisagem.

Aos poucos, Nosso Lar foi nascendo nos computadores. Ou melhor, renascendo, depois de ter sido registrado nas filmagens e concebido pelas equipes que nele trabalharam. Nesta semana, chegamos ao fim da jornada. Cerca de 400 imagens depois. Com 6 terabytes de tamanho. Muita noite virada fazendo download de material no Brasil. Depois de viagens "geladas", atravessando um longo inverno, a Toronto, à empresa Inteligent Creatures. Muito sim, sim, não, não, em benefício do filme. Enfim, chegou a primavera.